terça-feira, 16 de abril de 2019

Erro de projeto do Boeing 737 Max levou a desastres com 346 mortos



Após 346 mortos em dois desastres aéreos em cinco meses, o mais novo modelo da Boeing, o 737 Max, considerado seu carro-chefe para a década à frente, com uma carteira de encomendas de 5 mil aviões, encontra-se aterrissado no mundo inteiro, depois de evidências de erro de projeto e de conluio com a agência aérea dos EUA (FAA) no processo de certificação. Os acidentes aéreos ocorreram minutos após a decolagem.

Aos 189 mortos de outubro do ano passado na queda do 737 Max do voo 610 da Lion Air, logo após a decolagem, no mar de Java, Indonésia, somam-se agora 157 mortos da Ethiopian Airlines, no mergulho, contra um campo perto de Adis Abeba, de modelo semelhante e circunstâncias idênticas. As caixas pretas do voo 302 já chegaram a Paris para decodificação e análise.

Com as autoridades dos EUA correndo atrás de isolar o desgaste, e com as ações da Boeing tomando um tombo de 12% em uma semana, o jeito em Washington foi providenciar duas investigações da certificação do 737 Max pela FAA, uma do Departamento de Justiça, e outra, do Departamento de Transportes.

Ou seja, se fosse para valer, como a Boeing recebeu luz verde para um sistema de voo defeituoso. Conforme o Wall Street Journal, o modelo representa, nas expectativas da Boeing, dois terços das suas entregas futuras e 40 por cento dos seus lucros.

No domingo, em Adis Abeba, familiares foram à catedral da Santíssima Trindade para cerimônia fúnebre em homenagem a 17 dos mortos do voo da Ethiopian Airlines, no dia 10, entre eles os oito membros da tripulação. Os caixões estavam cobertos com a bandeira etíope.

Na quinta-feira, parentes angustiados visitaram o local da tragédia em um campo carbonizado: o impacto foi tão violento que os corpos ficaram despedaçados. O governo etíope calculou em seis meses o tempo necessário para a identificação por DNA.

NOVINHOS EM FOLHA
Em entrevista ao Democracy Now, o consultor de aviação da Consumer Report, William McGee, destacou que não se trata de aeronaves antigas. “Este é um avião que só está em serviço desde 2017. Agora, nesse período de tempo, a aeronave que caiu em outubro tinha dois meses; o que caiu no domingo, 4 meses”.
Como McGee ressaltou, “isso é realmente sem precedentes em todos os anos em que estive nessa indústria. Não vemos aviões novinhos em folha caírem na decolagem como estes, sob circunstâncias similares”.

A Boeing se viu obrigada a suspender a entrega do 737 Max, e está amontoando os aviões no estacionamento da fábrica em Seattle.

Quando da decretação pelas autoridades chinesas da suspensão de todos os voos de 737 Max em seu espaço aéreo, tentativa da FAA e da Boeing de asseverarem que este era um “avião seguro” e sem “problemas sistêmicos” desmanchou-se quando o ministro dos Transportes do Canadá, Marc Garneau, anunciou que dados de satélite demonstravam que a trajetória do voo da Ethiopian Airlines antes do impacto tinha “um perfil muito semelhante” ao do 737 Max da Air Lion da queda de outubro.

BRIGA DE FOICE
A Boeing iniciou o projeto em 2011, para competir com o enorme sucesso do Airbus 320neo. Para implantar motores mais pesados e supostamente economizadores de combustível, a Boeing acabou por deslocar o centro de gravidade do 737 original, o que tentou compensar com um sistema automatizado (MCAS) que tinha como efeito colateral, em certas circunstâncias, como na decolagem e sob piloto automático, erroneamente fazer o estabilizador de cauda provocar um abaixamento do bico do avião e forçar o avião a mergulhar.

Há relatos de pilotos apavorados lutando contra o MCAS (o sistema automatizado) pelo controle do avião. No caso do voo da Lion Air, foi determinado que o sensor do ângulo de subida tinha um defeito e forneceu uma leitura falsa ao sistema automatizado que, na suposição de restabelecer a sustentação, forçou a aeronave a mergulhar, enquanto o piloto tentava erguer o nariz do avião. Tudo aconteceu em intervalos de 15 a 20 segundos que se repetiram por alguns minutos até o colapso.
O piloto do voo etíope havia reportado problemas de controle interno e chegou a receber permissão para retornar. O piloto do vôo da Lion Air também pediu para voltar minutos depois de decolar de Jacarta.

NO IPAD
Para facilitar a venda do novo modelo, a Boeing fez a propaganda enganosa de que não precisava de treinamento adicional em simulador e a coisa foi tão longe quanto improvisar cursos de uma hora online de atualização.
Um piloto da American Airlines, Dennis Tajer, revelou que só ficou sabendo da existência do sistema automatizado MCAS quando, depois da queda do voo 612 da Lion Air, a Boeing informou sobre “leitura errônea de dados”. Também porta-voz da Allied Pilots Association, ele relatou que o treinamento de familiarização com o novo modelo consistiu em uma exposição “de uma hora em um iPAD”.

Segundo o New York Times, um grupo de pilotos que estudou o novo modelo sem realmente voar, compilou um guia de 13 páginas sobre as diferenças entre o 737 MAX e seu antecessor, sem sequer mencionar o sistema MCAS. Um piloto em novembro passado chamou o manual de voo do novo modelo de “inadequado e quase criminoso”.

ULTRAPASSADOS
“A verdade é que o departamento de projetos da Boeing está velho e ultrapassado, seus projetos não têm condições tecnológicas de concorrer com as novas versões do A320” da Airbus, afirmou o presidente da Associação dos Investidores Minoritários do Brasil (Abradin), Aurélio Valporto.

O presidente da Associação alertou sobre os sérios problemas do Boeing 737 MAX, a quarta geração da família 737, “que resultaram não somente numa turbina menos eficiente por conta de problemas de projeto no trem de pouso, mas, aparentemente, problemas eletrônicos e de projeto graves que resultaram em acidentes fatais e morte de todos os ocupantes”.

Por sua vez o ex-candidato a presidente Ralph Nader, que perdeu uma sobrinha-neta na queda do voo da Ethiopian Airlines, denunciou que o 737 Max foi vendido como se fosse “uma pequena modificação do confiável 737 que está no mundo inteiro” e, portanto, as companhias aéreas “não precisavam realmente treinar seus pilotos”. “A questão toda é o corte de custos”, assinalou.

BOEING: FISCAL DA BOEING
Com 346 mortos na conta, agora a discussão é de como foi que a FAA achou tudo isso tão normal. O Seattle Times publicou no fim de semana um relatório questionando os protocolos seguidos e dizendo que havia “falhas cruciais”. Mas a questão de fundo é a promiscuidade entre a FAA e a Boeing.

A Boeing é a maior exportadora dos EUA e a ação de maior peso no índice Dow de Wall Street, com um faturamento de US$ 100 bilhões no ano passado, 60% disso na área da aviação civil, dos quais um terço na carteira de pedidos do 737. O ex-executivo da Boeing, Patrick Shanahan, é o atual chefe do Pentágono de Trump.

Desde 2005, sob W. Bush, a FAA introduziu – melhor dizendo, a Boeing – um programa de controle no qual o fabricante poderia determinar seus próprios funcionários como “designados” da FAA na certificação de seus aviões comerciais. Sistema mantido por Obama e, agora, por Trump, alegadamente pela falta de pessoal.

Como notou um ex-diretor do órgão responsável pela segurança no transporte dos EUA, Jim Hall, “o fabricante se torna essencialmente o fabricante e o regulador, devido à falta de capacidade do governo para fazer o trabalho”. Relacionamento que classificou, com certa ironia, de “muito acolhedor”. Já Nader lembrou que a FAA é conseguida como “agência federal das lápides”, por só agir depois de desastres aéreos com muitas mortes.

Fonte: Portal Hora do Povo

segunda-feira, 15 de abril de 2019

12 certificações de Gestão de Projetos para ter em mente



De atualizações de hardware e software a patches de segurança contínuos, ao desenvolvimento de aplicativos e lançamento do próprio software, os gerentes de projetos mantêm suas equipes em tarefa e produtivas.
Quase todos os profissionais de TI podem estudar para ter uma certificação de gerenciamento de projetos à sua lista de credenciais de TI, mostrando que tem o know-how para planejar, programar, orçar, executar, entregar e, em seguida, relatar iniciativas de TI. Conheça as certificações de gerenciamento de projetos mais populares:
PMP: Project Management Professional
O padrão ouro em certificações de gerenciamento de projetos, a certificação Project Management Professional é um teste rigoroso que abrange absolutamente tudo sobre o gerenciamento em "restrições triplas": tempo, custo e escopo.
Organização: Project Management Institute (PMI)
Preço: exames on-line custam US$ 405 para membros do PMI; US$ 555 para não-membros. Os exames feitos em papel custam US$ 250 para os membros do PMI; US$ 400 para não-membros.
Requisitos: Diploma universitário de quatro anos mais três anos de experiência em gerenciamento de projetos, 4,5 mil horas liderando e direcionando projetos e 35 horas de treinamento em gerenciamento de projetos. Ou diploma de ensino médio, cinco anos de experiência em gerenciamento de projetos, 7,5 mil horas liderando e direcionando projetos; 35 horas de educação em gerenciamento de projetos.
CAPM: Certified Associate in Project Management
Este é o precursor da certificação PMP e também é administrado pelo PMI. Ele é focado em profissionais sem um diploma universitário, ou apenas com uma pequena de gerenciamento de projetos ou, ainda, para aqueles que desejam obter sua certificação PMP em etapas, e não de uma só vez, o CAPM é um ponto de partida para o PMP mais rigoroso.
Organização: Project Management Institute (PMI)
Preço: US$ 225 para membros do PMI; US$ 300 não membros
Requisitos: Diploma de ensino médio e pelo menos 1,5 mil horas de experiência em gerenciamento de projetos. Ou 23 horas de educação em gerenciamento de projetos.
CSM: Certified ScrumMaster
O uso de metodologias ágeis tornou-se padrão em organizações de TI, portanto, não é surpresa que os profissionais de TI qualificados exclusivamente em gerenciamento de projetos em ambientes ágeis estejam em alta demanda. O Certified Scrum Master (CSM), da Scrum Alliance, é um ótimo ponto de partida para os gerentes de projeto se profissionalizarem.
Organização: The Scrum Alliance
Preço: O custo do curso de treinamento Scrum Master varia de acordo com o provedor de treinamento, mas, normalmente, custa entre US$ 995 e US$1.395
Requisitos: Familiaridade geral com Scrum; conclusão de um curso de treinamento com Certificado de Scrum Master de dois dias.
CompTIA Project+
Essa certificação de nível de entrada é praticamente equivalente à credencial CAPM do PMI, embora os requisitos sejam menos rigorosos. O CompTIA Project+ solicita feedback de toda a indústria de computação, representantes do governo, instituições de pesquisa, acadêmicos e especialistas independentes para projetar a certificação.
Organização: CompTIA
Preço: US$ 285
Requisitos: Recomenda-se um ano de experiência no gerenciamento, direcionamento ou participação em projetos de pequeno a médio porte.
PRINCE2 Foundation/PRINCE2 Practitioner
Os chamados Projetos em Ambientes Controlados são mais conhecidos no exterior, especialmente no Reino Unido e suas entidades governamentais. As certificações PRINCE2 são entregues pelo Grupo ILX e se concentram em direcionar, gerenciar e entregar projetos em todas as fases, desde pré-projeto, iniciação, entrega, até a entrega final.
Existem duas qualificações principais: PRINCE2 Foundation e PRINCE2 Practitioner. A primeira certificação é uma credencial básica que testa a terminologia e a metodologia básicas de gerenciamento de projetos, enquanto a certificação Practitioner testa gerentes de projetos avançados que já alcançaram o PRINCE2 Foundation.
Organização: Grupo ILX
Preço: Fundation – $ 200; Practitioner – $ 340
Requisitos: A certificação PRINCE2 Foundation requer o curso PRINCE2 Foundation; PRINCE2 Practitioner requer um dos seguintes procedimentos: PRINCE2 Foundation; Project Management Professional (PMP); Certified Associate in Project Management (CAPM); ou uma certificação IPMA.
CPMP: Certified Project Management Practitioner
O EC-Council foi formado após os ataques terroristas de 11 de setembro para tratar de questões de ciberterrorismo e segurança da informação. O curso de Certified Quality Management Practitioner do EC-Council destina-se a gerentes de projeto que desejam avaliar suas habilidades por meio da experiência prática e de várias técnicas e ferramentas para gerenciar com êxito projetos complexos.
Organização: EC-Council
Preço: US$ 199 para ter o certificado
Requisitos: Não há pré-requisitos, mas recomenda-se que os candidatos participem de um curso de preparação de três dias.
Associate in Project Management
A Global Association for Quality Management (GAQM), que administra o Associate in Project Management (APM) é um órgão global de certificação sem fins lucrativos que oferece credenciais de diferentes especialidades de TI. As certificações de gerenciamento de projetos do GAQM são focadas na alocação eficaz de recursos, direcionamento, adaptabilidade à mudança, comunicação eficaz e garantia de resultados de qualidade com risco mínimo. O programa APM é projetado para o gerente de projeto de nível básico ou para aqueles que desejam iniciar uma carreira no campo.
Organização: Global Association for Quality Management
Preço: US$ 300
Requisitos: conhecimentos do curso on-line da GAQM; nenhuma educação formal ou requisitos de experiência.
MPM: Master Project Manager
A American Academy of Project Management (AAPM) modelou o Master Project Manager (MPM) de acordo com modelos de "licenciamento profissional" já praticados em outras profissões. O AAPM se concentra em gerentes de projetos profissionais, mas também inclui os profissionais com responsabilidades de gerenciamento de negócios ou técnicos.

Organização: American Academy of Project Management
Preço: US$ 300 para aplicação, revisão, processamento, revisão e certificação.
Requisitos: Três anos de experiência em gerenciamento de projetos e treinamento. Dispensas estão disponíveis para profissionais com mestrado, com outros treinamentos e experiência, instrutores militares ou de gerenciamento de projetos.
PPM: Professional in Project Management
O Professional in Project Management (PPM) é uma credencial de gerenciamento de projetos de nível médio do GAQM. O PPM é direcionado a gerentes de projeto intermediários e experientes que estão envolvidos no gerenciamento de riscos e crises e que estão envolvidos no gerenciamento diário de projetos.
Organização: Global Association for Quality Management
Preço: US$ 300
Requisitos: conhecimentos do curso on-line da GAQM; nenhuma educação formal ou requisitos de experiência, mas os candidatos devem ter alguma experiência em gerenciamento de projetos para passar no exame.
PMITS: Project Management in IT Security
O Project Management in IT Security (PMITS), do EC-Council, explora as complexidades do gerenciamento de um projeto de segurança de TI. A certificação ajuda os candidatos a reforçar suas habilidades de gerenciamento de projetos existentes e, ao mesmo tempo, adequá-los aos requisitos exclusivos de implementação e gerenciamento de segurança de TI em suas organizações.
Organização: EC-Council
Preço: US$ 250 para o material didático
Requisitos: Pelo menos dois anos de experiência em segurança da informação e formação educacional que mostre um foco na segurança (grau de bacharel ou superior). Os candidatos também podem optar por participar de um programa de treinamento do conselho da CE antes de tentar um exame.
Certified Project Director
Essa é a certificação de gerenciamento de projeto de nível mais alto. A designação é projetada para gerentes de projeto experientes que estão envolvidos no direcionamento de projetos e programas múltiplos e complexos. O programa se concentra em gerenciar, orçar e determinar o escopo de vários projetos, várias equipes de projeto e avaliar e mitigar riscos interdependentes para entregar projetos com êxito.
Organização: Global Association for Quality Management
Preço: US$ 300
Requisitos: conhecimentos do curso on-line da GAQM; os candidatos devem estar familiarizados com os princípios e metodologias de gerenciamento de projetos e passar no PPM ou exame equivalente.
IAPM Certified Project Manager
A International Association of Project Managers (IAPM) é uma associação profissional global que promove a pesquisa, o desenvolvimento e as aplicações práticas do gerenciamento de projetos. Ela desenvolve padrões e diretrizes para treinamento de gerenciamento de projetos iniciantes e avançados, além de revisar e aprovar as competências de gerenciamento de projetos dentro da profissão.
Existem quatro níveis de certificação dentro do IAPM, divididos em duas disciplinas: Gerenciamento de Projetos Tradicional e Gerenciamento Ágil de Projetos. Entre eles, estão: Gerente de Projeto Júnior; Gerente de Projetos;Gerente Sênior; e Gerente de Projetos Internacional. A certificação deGerente de Projeto é para candidatos com conhecimento básico degerenciamento de projetos, incluindo os conceitos básicos de planejamento, organização e implementação de vários projetos.
Organização: IAPM
Preço: A taxa de certificação e exame depende da nacionalidade de umcandidato; o preço é medido com base no PIB do país de origem para garantir que qualquer candidato possa pagar pelo treinamento e pelo teste. Nos EUA, o custo do exame e certificação é de US$ 650, com um desconto de 20% para estudantes, pessoas à procura de emprego ou de organizações ativas.
Requisitos: Não existem pré-requisitos, mas o IAPM oferece oficinas por meio de parceiros de treinamento global ou literatura recomendada. Uma vez que o candidato tenha concluído o workshop ou se sinta adequadamente preparado, ele pode fazer um simulado para avaliar seu conhecimento. Os candidatos devem atingir 65% no exame para passar.
Certificados adicionais de gerenciamento de projetos
Muitas faculdades e universidades oferecem certificados de gerenciamento de projetos por meio de seus programas existentes de negócios, gerenciamento ou educação profissional. Escolas como Villanova, Universidade de New Haven, Universidade de Stanford, entre outras, têm excelentes programas e certificados de gerenciamento de projetos. Há, também, certificações de gerenciamento fornecedores, de TI.

Fonte: cio.com.br, Abr 2019