sábado, 17 de junho de 2017

Projeto de Acreditação Hospitalar


Os gestores de instituições de saúde do país sabem bem que processos de avaliação e qualidade são verdadeiros radares para pacientes que desejam contar com tratamento de excelência em seus momentos de maior fragilidade, para a proteção de seu capital mais precioso. E não são só o prestígio e o domínio de mercado que aumentam com a obtenção de um selo de acreditação, mas também se nota uma significativa redução de custos com processos mais enxutos e funcionais, além da abertura para a atração de capital externo. Quer saber mais? 
A acreditação

A Organização Nacional de Acreditação (ONA) é uma entidade privada que surgiu em 1999, no intuito de coordenar o Sistema Brasileiro de Acreditação. Esse sistema compõe um imenso rol de procedimentos e regras lançado pelo Ministério da Saúde em parceria com organizações que representam o setor para o recebimento de certificações em serviços de saúde.

No Brasil, a mais importante acreditação existente é exatamente a proveniente da Organização Nacional de Acreditação (ONA), que entre 1999 e 2013 acreditou cerca de 955 instituições, que se lançaram à frente da concorrência de posse do selo de qualidade mais relevante do setor de saúde nacional. Vale lembrar, entretanto, que o processo de acreditação é voluntário, envolve muitas mudanças prévias nos procedimentos internos da instituição e tem data de expiração, prevalecendo por 2 ou 3 anos (dependendo do selo). Depois desse tempo, uma nova homologação será exigida.

Na prática, ser uma instituição de saúde homologada pela ONA é tão importante que já existe até um projeto de lei tramitando na Câmara dos Deputados que propõe a obrigatoriedade de avaliação e certificação de qualidade dos serviços hospitalares. Assim, por mais que hoje a obtenção da acreditação ONA ainda seja facultativa, pode se tornar compulsória em breve, mas menos pela obrigação iminente e muito mais pelas vantagens competitivas trazidas por essa chancela, é que queremos despertar a atenção dos gestores hospitalares para a urgência em preparar seu hospital para essa homologação.
O funcionamento

A ONA é um selo de qualidade relacionado ao alcance da excelência nos processos de trabalho em saúde (pública ou privada). A avaliação é feita por especialistas que atuam sob a responsabilidade das Instituições Acreditadoras Credenciadas (IACs) da entidade. Essas, por sua vez, são supervisionadas e coordenadas pela ONA. O objetivo máximo da acreditação é o de promover a melhoria da qualidade dos serviços de saúde prestados no Brasil, preocupando-se também em assegurar a segurança de todo brasileiro nas Organizações Prestadoras de Serviços (OPSS).

Em relação à acreditação, são consideradas Organizações Prestadoras de Serviços de Saúde, as entidades que prestam serviços de assistência médica de tipo hospitalar, laboratório, hemoterápico, patologia clínica, ambulatorial e pronto atendimento, diagnóstico e terapia, atenção primária à saúde, assistência domiciliar e transporte especializado em saúde de caráter estatal ou privado, com ou sem fins lucrativos, sob a responsabilidade de uma diretoria.

A garantia de qualidade é conferida por meio de avaliações que atestarão o nível de informatização da instituição, sua eficiência, a rapidez e a assertividade dos processos internos, a qualidade no atendimento ao paciente, o nível de segurança estrutural da instituição, a proteção sanitária dos profissionais de saúde e usuários dos serviços oferecidos, além da interação harmônica entre todas as áreas do hospital (tecnológica, médica, administrativa, contábil/financeira, assistencial, laboratórios e pesquisa).

A aplicação da metodologia do Sistema Brasileiro de Acreditação e do Manual Brasileiro de Acreditação específico, por parte das entidades credenciadas pela ONA, poderá resultar na obtenção de um dos 3 níveis de acreditação seguintes:
- Acreditado (nível 1): uma instituição que tenha recebido o selo de qualidade ONA 1 atende ao princípio de segurança tanto nos aspectos estruturais quanto na perspectiva assistencial. Nesse patamar, avalia-se o atendimento aos requisitos legais e técnicos mínimos para funcionamento do hospital — como mapeamento e padronização de processos-chave, identificação de riscos e existência de instrumentos de controle. Além disso, é desejável que a instituição tenha implantado um modelo de gestão de competências, um plano de objetivos e metas organizacionais, além de sistematização de indicadores básicos de qualidade e segurança. A reorganização dos processos internos é, nessa etapa, a tarefa mais árdua. A validade desse certificado é de 2 anos.

- Acreditado pleno (nível 2): para o recebimento da chancela ONA 2, é preciso que a instituição atenda aos requisitos da ONA 1, além de dispor de um sistema de planejamento focado na gestão integrada. Perceba que a modernização da TI hospitalar e a implementação de um eficiente sistema de gestão integrada em saúde é premissa básica para o recebimento desse nível de homologação. Estamos falando do alcance da homogeneidade no fluxo de informações que trafegam no hospital por meio de sistemas de informações que acelerem processos, proporcionando mais agilidade à instituição e diminuindo as chances de erro — parte mais custosa aos pleiteantes do ONA 2. A existência de programas de educação continuada e a formação de grupos multidisciplinares visando a melhoria de processos também serão avaliadas. Esse certificado também vale por 2 anos.

- Acreditado com excelência (nível 3): nesse estágio, a ordem do dia é excelência em gestão. As organizações chanceladas com excelência atendem aos requisitos dos níveis 1 e 2, além de disporem de uma cultura organizacional que busca continuamente a melhoria, com resultados positivos e uma performance alinhada com toda a organização. O hospital chancelado com ONA 3 deve estar municiado de um sistema de gerenciamento completo de desempenho em todos os níveis, totalmente informatizado, com controle total sobre seus indicadores e cultura de avaliação constante de resultados. A validade desse certificado é de 3 anos. Em 2013, o Brasil possuía 76 instituições certificadas com o nível ONA 3.


Os benefícios

- Aumento da segurança proporcionada não só aos pacientes, mas a todos os profissionais envolvidos no dia a dia hospitalar;
- Elevação da instituição a um nível de excelência na prestação de serviços de saúde;
- Aprimoramento da gestão;
- Estímulo ao engajamento da equipe;
- Redução de custos com processos internos redundantes, caros e ineficientes;
- Estímulo à modernização hospitalar;
- Ponto de partida para um processo permanente de melhora contínua;
- Atratividade da instituição para o recebimento de recursos externos (investidores).


A preparação

Receber uma acreditação ONA em qualquer de seus 3 níveis implica iniciar um processo de mudança de longo prazo. E esse passo se dará por meio de algumas ações básicas, como:

Realização de um diagnóstico organizacional

Trata-se de uma atividade facultativa à organização, realizada previamente pelas entidades avaliadoras credenciadas pela ONA independentemente do processo de análise para a obtenção do selo de qualidade. Consiste basicamente na elaboração de um raio-X da situação da empresa e das lacunas de eficiência que precisam ser preenchidas para a futura conquista da acreditação.

Adoção de um sistema de gestão em saúde

No universo hospitalar, a eficiência está diretamente ligada à velocidade no processo de comunicação, sem ruídos ou equívocos. Assim, para que uma prescrição médica não apenas chegue com rapidez à Enfermaria, mas para que o setor já esteja provido com os medicamentos indicados pelo médico, é preciso contar com sistema integrado. Essa ferramenta deve ser capaz de dar o dinamismo necessário ao workflow de um segmento em que meros segundos podem salvar vidas. É preciso investir, portanto, em logística hospitalar.

Capacitação permanente e respeito à segurança


Nesse caso, não há espaço para questionamento: as normas de saúde e segurança devem ser seguidas à risca. Da mesma forma, deve-se direcionar recursos para a realização de programas contínuos de capacitação, tanto do ponto de vista clínico quanto no que se refere a questões administrativas, como atendimento ao paciente, abordagem humanizada e assim por diante.

Fonte: Portal MV.COM.BR

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