quinta-feira, 17 de maio de 2018

Relatório aponta que hospitais estão com sistemas expostos a hackers

Segundo estudo da Trend Micro, setor da saúde não tem atualizado seus padrões de segurança e colocando informações dos pacientes em risco.


Trend Micro, fornecedora de soluções de cibersegurança, realizou um estudo sobre a segurança da TI no setor de Saúde. Nomeado Securing Connected Hospitals e produzido em parceria com a Hitrust, o relatório explora o funcionamento dos dispositivos e sistemas médicos conectados à Internet, tais como bases de dados e consoles administrativos hospitalares, mostrando que hospitais ainda estão expostos.
A constatação é que as organizações hospitalares ainda se mostram desatualizadas quanto aos padrões de cibersegurança. O resultado disso é que ainda existem equipamentos que estão expostos na rede, de acordo com o mapeamento dos dispositivos expostos em hospitais e clínicas. Entre eles, está o sistema Digital Imaging and Communications in Medicine (DICOM) – ferramenta para digitalização de exames de imagens, como raio-x e ultrassom.
Segundo o estudo, há 20 países com maior número de DICOM expostos, com os Estados Unidos liderando de longe, com 428 equipamentos do tipo. A China e o Brasil completam o pódio, com 97 e 89 dispositivos expostos, respectivamente. Para se ter uma comparação, a Alemanha aparece em último, com apenas sete equipamentos expostos.
A Trend Micro esclarece que um sistema ou dispositivo esteja exposto não significa necessariamente que ele esteja vulnerável. Mas há o risco que exames possam estar disponíveis para visualização pública e possam cair nas mãos de cibercriminosos, o que não pode ocorrer, pois colocam em risco dados críticos, tais como informações pessoais dos pacientes e prontuários médicos.
A Trend Micro pontua as principais razões para a defasagem na cibersegurança no mercado de Saúde:
– Credenciais padrão: Apesar de requisitarem autenticação para acesso, a maioria dos dispositivos médicos estudados, podem ser explorados para que o atacante tenha sucesso em seu ataque. Foram encontrados sistemas com senha fraca ou usuários e senhas definidos pelo fabricante do equipamento e sistemas sem atualização;
– Política de cibersegurança: Os profissionais que acessam computadores hospitalares e equipamentos de diagnóstico (médicos, enfermeiros e técnicos), circulam regularmente pelo hospital. Isto dificulta a incorporação de políticas de cibersegurança e procedimentos de autenticação, especialmente se tais políticas atrapalharem as operações diárias;
– Custo de manutenção: Equipamentos de diagnóstico são extremamente caros e os hospitais não podem custear que eles fiquem offline por longos períodos para manutenção. Em alguns casos, modificar as configurações do dispositivo médico ou atualizar o sistema operacional, tornarão inválidas a certificação, a garantia e a cobertura do dispositivo, assim, os dispositivos médicos permanecem intocados;
– Atendimento exclusivo: Nem todos os hospitais têm uma equipe de cibersegurança exclusiva. Na maioria dos hospitais, a equipe de TI assume as duas tarefas: investigam e eliminam os incidentes de ciberataque, bem como fornecem serviços gerais de TI para o hospital. Este modelo tem a desvantagem da má distribuição de recursos para ambas funções.
Ciberataques na indústria healhtcare: vetores de ataques mais comuns (imagem: Trend Micro).
Ainda de acordo com o levantamento, existem três grandes áreas de interesse, consideradas valiosas, por parte dos cibercriminosos:
·         Operações hospitalares – Isto inclui ciberameaças contra sistemas críticos diários, tal como bases de dados da escala de trabalho da equipe, sistemas de pagers hospitalares, controles prediais, folha de pagamento, administração, etc;
·         Privacidade de dados – Ataques virtuais contra diferentes tipos de dados, tais como informações pessoalmente identificáveis, seja de pacientes ou funcionários do hospital, incluindo diagnóstico e dados de tratamento do paciente; informações financeiras e do seguro saúde; pesquisas e dados sobre teste de medicamentos;
·         Saúde do paciente – Abrange ciberameaças contra dispositivos e sistemas médicos que são usados para o tratamento, monitoramento e diagnóstico dos pacientes, bem como ciberameaças contra o sistema de informações do hospital (HIS).
Fonte: IPNEWS Mai 2018

Nenhum comentário: