sábado, 30 de janeiro de 2016

Atraso nas obras de energia custa R$ 65 bilhões, diz pesquisa

São mais de 272 projetos atrasados. Se estivessem funcionando, energia gerada seria suficiente para abastecer metade do consumo das indústrias.

Uma pesquisa inédita da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro calculou o tamanho do prejuízo com a obras de energia atrasadas em todo o país. São R$ 65 bilhões e mais de 200 projetos fora do prazo ou até parados.
Quando o assunto é energia, não faltam projetos no Brasil. O que falta é obra executada dentro do prazo. Um levantamento feito pela Federação das Indústrias do Rio de Janeiro apurou que existem 272 projetos atrasados pelas mais variadas razões.

A falta de linhas de transmissão é uma delas. Trinta e duas usinas, prontas, não estão gerando energia por causa disso. Na maioria dos casos, são usinas eólicas do Nordeste, como Corrupião, no sudoeste da Bahia. Se estivessem funcionando, poderiam abastecer o estado de Sergipe por um ano.
Em 116 usinas, o problema é a velocidade das obras. Na termelétrica de Santa Cruz, no Rio de Janeiro, o projeto de expansão previa o aumento de 40% na geração de energia. Já era para estar tudo pronto, mas a entrega foi adiada para daqui a dois anos.
Outras 79, quase todas hidrelétricas, enfrentam problemas de licenciamento ambiental. A usina de Cubatão, em Santa Catarina, tinha previsão inicial de entrar em operação no ano 2000. É a obra mais atrasada.
       
Se todas essas 272 usinas estivessem funcionando normalmente hoje, a energia gerada por elas seria suficiente para abastecer metade do consumo das indústrias do país. O atraso na execução dos projetos fez triplicar o preço que se paga hoje pela energia no Brasil.
“Isso é volume muito significativo especialmente no momento que estamos passando hoje no qual qualquer sobra de energia é muito bem vinda porque Brasil está enfrentando momento de dificuldade”, diz o gerente de CompetitividadeFirjan Cristiano Prado.
De acordo com o estudo, a conta desse atraso ultrapassa os R$ 65 bilhões.
“Desde 2006, essas usinas que não entraram em operação poderiam ter oferecido quantidade de energia que teria custado R$ 28 bilhões para o país. Mas como elas não estavam disponíveis, gerar a mesma energia custou R$ 93 bilhões, ou seja, 65 bilhões a mais”, conta Cristiano Prado.
Para o economista Cláudio Frischtak, o custo pode ser até maior. “Possivelmente, se nós formos fazer uma conta mais conservadora, o custo pode ser maior. Em última análise, quem vai pagar é o consumidor. Esse ano estão programando aumentos médios de 40%. Aumento podem até ser maiores dependendo da situação nos reservatórios”, afirma.
O Ministério de Minas e Energia disse que considera inaceitáveis os atrasos nos projetos. E que tem trabalhado para que eles sejam concluídos no prazo estabelecido em contrato. Ainda de acordo com o Ministério, isso não compromete a segurança do abastecimento no país.
Fonte: Bom dia Brasil - Março de 2015

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