Um problema que afeta milhões de brasileiros: menos de 20% dos projetos do Governo Federal que deveriam facilitar a mobilidade urbana estão em obras, e só sete projetos ficaram prontos.
A explicação para tanto atraso são problemas variados. Muitos projetos ainda passam por estudos de viabilidade, outros ainda nem foram aprovados. A maioria é bancada principalmente por estados e municípios, e conta também com dinheiro do Governo Federal.
Maceió, capital de Alagoas. Em uma das principais avenidas deveria passar um Veículo Leve sobre Trilhos, para atender 200 mil passageiros por dia, mas atualmente, trânsito só de carros.
Em São José do Rio Preto, interior de São Paulo, a população se espreme em coletivos e espera por um corredor exclusivo para os ônibus, que encurtaria o trajeto diário. “De manhã é um transtorno, no horário de pico é muito complicado”, diz uma passageira.
Das 261 obras de mobilidade que têm dinheiro do Governo Federal, só sete estão prontas. Quatro são no Nordeste: metrô em duas regiões de Fortaleza, trem urbano em Salvador e os trens elétricos em Recife. No Sudeste, só uma via urbana de Belo Horizonte. As outras duas são no Sul: o aeromóvel de Porto Alegre e o trem urbano de Novo Hamburgo. Nas regiões Norte e Centro-Oeste nenhuma obra está finalizada.
O programa prevê recursos de 2011 a 2014. O governo justifica que as obras vão sendo selecionadas ao longo do período e explica: algumas entraram recentemente na lista das beneficiadas. “O importante é estar apoiando essas obras para que elas ocorram no espaço de tempo que a engenharia e a capacidade de realização permite”, afirma o secretário nacional do PAC Maurício Muniz.
Na lista das obras pendentes 35 seriam para a Copa. Uma delas é em Brasília: a do VLT, Veículo Leve sobre Trilhos, que facilitaria o trânsito na cidade. A previsão é de que ela saia, mas só daqui a alguns anos.
Para o engenheiro da Universidade de Brasília, a baixa qualidade dos projetos contratados por estados e municípios empaca tudo. “Ficamos muito tempo sem investir na infraestrutura crítica e continuamos atrasados neste investimento, na retomada de ritmo”, diz Paulo César Marques.
Enquanto isso, a população que espere. A outra obra de Brasília, a ampliação de mais cinco estações de metrô, segundo o diretor, complexa como várias obras de mobilidade, quem sabe, estará em funcionamento na próxima Copa, de 2018.
“Devemos começar essa obra no início do segundo semestre. Ela tem um prazo previsto de três anos. No final dos três anos estaremos com ela em operação”, afirma Luiz Gonzaga Lopes.
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