terça-feira, 5 de agosto de 2025

Gestão à Distância de Equipes Distribuídas: Um Desafio Exequível, com Estrutura e Maturidade

Falar de gestão à distância ainda provoca reações divididas. Há quem defenda com entusiasmo e quem torça o nariz. Mas a verdade é uma só: trabalhar com equipes distribuídas, gerindo o time "remotamente" já é uma realidade e cada vez mais, será uma necessidade estratégica.


O ponto não é se dá certo ou não. A pergunta correta é: você e sua empresa estão preparados para que funcione?

Vamos aos números


Pesquisas recentes confirmam o que muitos de nós já percebemos no dia a dia:


  • Dados de 2024 e 2025, de instituições relevantes como Harvard Business Review, Stanford, Owl Labs e Global Workplace Analytics, sugerem que times remotos com metas bem definidas e autonomia conseguem ser até 35% mais produtivos.

  • Segundo a Buffer (plataforma de gestão de redes sociais), 98% dos profissionais desejam manter o trabalho remoto (total ou parcial).

  • Aqui no Brasil, o número de trabalhadores remotos segue em crescimento constante, segundo o Comitê Gestor da Internet.


Ou seja, o que para alguns ainda é uma tendência, para mim é um caminho sem volta.


Maturidade é a base de tudo


Se tem algo que diferencia um time remoto de alta performance, de outro que só entrega o básico, é maturidade. Não estou falando só de experiência, mas de responsabilidade, disciplina e foco em resultado.


Equipes maduras não precisam de vigilância, precisam de clareza. Sabem o que fazer, como fazer e por que fazer. Quando esse cenário está posto, o controle vira apenas uma ferramenta de apoio, não uma algema.


Controle: não dá para abrir mão


Claro que o controle continua sendo importante. A boa fé do time ajuda e deve ser levada em consideração, mas não pode ser o único pilar da gestão.


A diferença é como o controle é aplicado. Há diversas ferramentas e sistemas de gestão de projetos e processos, com dashboards fantásticos e KPIs que ajudam a acompanhar entregas, além de fornecer todo a orientação e suporte necessário ao time. 


Com um planejamento bem realizado, o controle passa a ser uma realidade. Com as ferramentas adequadas, o monitoramento permitirá entender se estamos no caminho e corrigir as todas quando necessário, para alcançarmos os resultados.


Alinhar regras evita ruídos


Um dos maiores erros de quem implementa o modelo remoto de qualquer maneira é não deixar claras as regras do jogo. Isso inclui acordos de entrega, canais de comunicação, horários e cultura de feedback.


Tudo precisa estar alinhado, registrado e, acima de tudo, compartilhado com o time. 


Quanto menos maturidade, mais acompanhamento

Essa é uma regra simples, mas muitas vezes ignorada: o grau de maturidade do time define o nível de controle necessário. Se a equipe ainda está desenvolvendo autonomia, o acompanhamento precisa ser mais próximo, mais constante e, principalmente, mais explícito.


Esse acompanhamento não deve recair sobre um único líder. Como estratégia é essencial que as lideranças em diferentes níveis sejam preparadas com método e ferramentas adequadas para exercer esse papel com consistência.


Apoiadas por uma estrutura clara, essas lideranças devem atuar como pontes entre a gestão e os times, garantindo alinhamento, clareza nas entregas e correção de rota sempre que necessário.


Investir nessa preparação é o que diferencia empresas que apenas sobrevivem do remoto daquelas que realmente extraem valor dele.


Concluo afirmando que gerir equipes à distância funciona. Mas é necessário ter mais do que boa vontade, para viabilizar este modelo. É preciso: estrutura, cultura de responsabilidade, ferramentas adequadas, alinhamento muito claro, além de treinamento.


Com esses cinco pontos bem amarrados, a distância deixa de ser barreira e passa a ser só mais um detalhe do modelo de trabalho.


Por Fernando Paes, Agosto de 2025