No mês passado, o setor já tinha aberto 1,1 mil postos de trabalho e
hoje emprega 126,3 mil funcionários
São Paulo
– Duas montadoras, a General Motors e
a MAN Latin America, uma de automóveis e outra de caminhões e ônibus,
anunciaram nesta quarta-feira, 13, abertura de 1 mil vagas em suas fábricas. No
mês passado, o setor já tinha aberto 1,1 mil postos de trabalho e hoje emprega
126,3 mil funcionários.
O movimento confirma a
recuperação na produção, que já cresceu 25,5% neste ano em relação a 2016, mas
o número de vagas ainda está distante do pré-crise. No fim de 2013, o setor
empregava 157 mil pessoas.
A GM abriu 700 vagas temporárias
(inicialmente por um ano) para reiniciar o terceiro turno de trabalho na
fábrica de Gravataí (RS), onde produz os modelos Onix e Prisma.
O turno que opera à noite havia
sido suspenso em dezembro de 2015. Na ocasião, 825 operários tiveram os
contratos suspensos por cinco meses (lay-off) e parte deles foi demitida ao fim
desse prazo.
Em nota, o presidente da General
Motors Mercosul, Carlos Zarlenga, disse que “o sucesso do Onix, líder de vendas
no mercado há três anos, e do Prisma, o sedã mais vendido do Brasil, nos
incentivou a ampliar a produção, criando o terceiro turno na fábrica de
Gravataí.”
Exportações também estão ajudando
no aumento da produção, informou a GM que, no mês passado, anunciou
investimentos de R$ 1,4 bilhão para a unidade gaúcha. Segundo a empresa, com o
turno adicional serão produzidos 20 mil carros a mais naquela fábrica, mas não
informou o volume atual.
O presidente do Sindicato dos
Metalúrgicos de Gravataí, Valcir Ascari, disse que a GM tinha 3,5 mil
funcionários quando suspendeu o terceiro turno e hoje tem cerca de 2,5 mil.
“É muito positivo que algumas
vagas estejam voltando num momento em que a economia começa a se recuperar”.
Segundo ele, novas contratações deverão ser anunciadas pelas fabricantes de
autopeças que operam dentro do complexo de Gravataí.
Caminhões
A MAN, que produz caminhões
Volkswagen, vai contratar 300 funcionários para a produção de uma nova linha de
produtos.
No mês passado a montadora
suspendeu um programa de redução de jornada e salários, após dois anos operando
quatro dias por semana, e chamou de volta funcionários que estavam em lay-off.
Além disso, negociou com os
empregados trabalho extra em três sábados ao mês até o fim do ano para atender
a demanda interna e as exportações.
“Agora abrimos 300 vagas, das
quais metade devem ser preenchidas até o fim do mês”, disse o presidente da
MAN, Roberto Cortes.
O complexo de Resende, que
funciona com fabricantes de autopeças ao lado da fábrica, emprega hoje 3,2 mil
funcionários e opera em um turno. Antes da crise econômica eram 5,5 mil
trabalhadores, segundo Cortes.
A nova linha é composta de seis
caminhões, com capacidade de carga que variam de 3,5 toneladas a 13 toneladas.
O modelo menor, chamado de Delivery Express, coloca a marca num segmento em que
ainda atuava. “Foram cinco anos de desenvolvimento conjunto entre engenheiros
alemães e brasileiros”, afirma Cortes.
A nova linha será lançada na
Fenatran (salão de veículos pesados), que ocorrerá em São Paulo em outubro.
Cortes espera que 30% a 40% da produção dos novos caminhões sejam exportadas
para vários mercados.
O desenvolvimento da nova linha
consumiu boa parte do investimentos de R$ 1 bilhão que a montadora fez no
Brasil nos últimos cinco anos. Um novo plano, de R$ 1,5 bilhão, foi anunciado
em dezembro. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.Fonte: O Estadão - 15 Setembro 2017