A notícia confirma a busca por mercados estratégicos para a produção de automóveis.
SÃO PAULO - A indústria automobilística brasileira prepara outra leva
de investimentos no País com destaque para novas fábricas, ampliação de
capacidade produtiva, projetos de pesquisa e desenvolvimento e
lançamentos de carros globais.
A nova onda teve início quando o País entrou na lista dos quatro
maiores mercados mundiais, há dois anos. Foi favorecida pela crise na
Europa e EUA, onde as vendas estão em queda ou estagnadas. E ganhou
reforço com o novo regime automotivo, que protege o País de importados e
dá benefícios à produção local.
A confirmação, na segunda-feira (22), da fábrica da marca alemã BMW,
que será construída em Santa Catarina, desencadeou interesse de marcas
premium que já atuaram no Brasil e agora querem voltar, como a Audi e a
Mercedes-Benz.
A japonesa Honda, seguindo a conterrânea Toyota, tem planos de entrar
no segmento de compactos a partir de 2014, o que exigirá uma nova
fábrica. Antes disso, a empresa iniciará a produção, em Sumaré (SP), de
um utilitário esportivo (SUV) de pequeno porte que se somará à linha dos
modelos Fit, City e Civic.
"No longo prazo, vamos entrar no segmento de compactos e estamos
planejando a ampliação de nossas instalações", disse na segunda-feira
(22) o presidente mundial da Honda, Takanobu Ito. Ele está no País para
participar do Salão do Automóvel de São Paulo, que abre ao público na
quarta-feira (24). Antes desse passo, a Honda vai ampliar seu centro de
pesquisa para desenvolver produtos no Brasil e não depender só da
matriz. "Vamos investir mais R$ 100 milhões para fortalecer essa área",
anunciou Ito.
A Hyundai, que iniciou a produção do compacto HB20 em setembro, em
Piracicaba (SP), inaugurou na semana passada um segundo turno de
trabalho para dar conta da demanda. Em janeiro, a empresa lança um
segundo veículo, o HB20 X, versão crossover do modelo e, em março, um
sedã da mesma família.
A Volkswagen mostrou o Taigun, SUV que o grupo trata como conceito,
mas que será fabricado em vários países, incluindo o Brasil. "Pela
primeira vez, o grupo escolheu o Brasil para um lançamento mundial",
disse o presidente da Volkswagen no País, Thomas Schmall, que ainda faz
segredo sobre o plano de produção do modelo global. No domingo, ele
anunciou investimentos de R$ 750 milhões para as fábricas de carros de
Taubaté e de motores de São Carlos.
Outra estreia mundial foi a do Ford Fiesta sedã, também candidato à produção local.
A
Nissan vai inaugurar em janeiro de 2014 sua fábrica em Resende (RJ) com
a produção do compacto March (hoje importado do México) e pretende
chegar ao fim daquele ano com a produção de quatro modelos. Um deles
será um SUV mostrado ontem como conceito.
"O Brasil é o quarto maior
mercado mundial e em breve será o terceiro, por isso nossos planos são
ambiciosos", disse François Alain, diretor-geral da Nissan. As
informações são do jornal O Estado de S.Paulo.
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